segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Frases infelizes

Você seria capaz de recordar as frases que lhe foram ditas na infância e o influenciaram negativamente? Isto é, aquelas frases que fizeram com que você se sentisse mal, quase um zero à esquerda?
É possível que alguns de nós recordemos de uma ou outra que fizeram a nossa infelicidade infantil. E se as recordamos, ainda hoje, passada a infância e adolescência, é porque verdadeiramente nos marcaram.
Pois bem. Quantas vezes, como pais, dizemos aos filhos aquelas coisas mesmas que tanto mal nos fizeram.
A frase: Como é que você pode ser tão burro!  é uma delas.
De consequências desastrosas para o autoconceito da criança, põe em dúvida, de forma muito clara, a sua capacidade.
Afinal burro está associado ao incapaz, ao que não consegue fazer as coisas direito.
Ao duvidar da habilidade do filho, os pais lhe passam a sensação de incompetência, que pode acompanhá-lo para a vida toda.
Além do que, se abraçar o conceito, a criança poderá passar a se comportar como tal. Tornar-se, de forma proposital, ainda que inconsciente, o incapaz que sugerem que ela seja.
A frase é pronunciada nos momentos mais nevrálgicos do relacionamento entre pais e filhos.
A mãe entra na sala e descobre o pequeno pendurado na janela. Ela já lhe falou, pela suas contas, mais de mil vezes, para não subir. Assustada, com medo, ela corre, puxa o pequeno para dentro e larga a frase, acrescentando:
Já não lhe falei? Você não consegue aprender?
Melhor do que tal explosão, seria tornar a explicar à criança o perigo que ela corre repetindo aquele gesto.
Se contarmos até dez, dominarmos o nosso medo, com habilidade poderemos tirar a criança do perigo e lhe dizer:
Janela não foi feita para subir.
Colocamos os limites, sem agredir. Falamos da realidade da janela e dos perigos que ela representa, sem descer à questão da capacidade do pequeno em julgar se pode ou não subir ali sem problema.
É interessante considerar que todos almejamos que nossos filhos progridam e somos nós mesmos os que lhes colocamos obstáculos, criando-lhes situações plenamente dispensáveis.
*   *  *
Educar é tarefa que requer esforço desde que nós mesmos ainda estamos um pouco longe de sermos educados.
Comecemos por nos educar a fim de que a educação dos nossos filhos se dê em clima de segurança, amor e respeito.
Lembremos que a missão de pais é um dever muito grande, que implica, mais do que pensamos, nossa responsabilidade para o futuro.
E verifiquemos que Deus deu à criança uma organização débil e delicada, para facilitar a tarefa dos pais, tornando-a mais acessível a todas as impressões.
Redação do Momento Espírita.
Em 04.06.2010.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Filhos pródigos

Quando ouvimos falar de filho pródigo, logo nos vem à mente um homem rico dissipando a sua fortuna material, nas festas e gozos do mundo.
No entanto, se ampliarmos nossa visão, perceberemos outros aspectos que merecem atenção.
Os filhos pródigos não estão somente onde há dinheiro em abundância. Podemos encontrá-los em todos os campos da atividade humana, ocupando diversas posições.
Grandes cientistas da Terra são perdulários da inteligência, destilando venenos intelectuais, indignos das concessões com que foram distinguidos.
Artistas preciosos gastam, por vezes, inutilmente, a imaginação e a sensibilidade, através de aventuras mesquinhas, caindo no relaxamento e nos resvaladouros do crime.
Filhos pródigos que estão, neste momento, desperdiçando a fortuna do tempo acomodados na ociosidade irresponsável. Ou então, usando seus conhecimentos para criar coisas ou situações infelizes.
Há os que dissipam a saúde através dos vícios de toda ordem.
Os que são pródigos em desculpas para seus próprios erros, mas econômicos quando se trata de desculpar os erros alheios.
Muitos esbanjam, deliberadamente, as oportunidades de crescimento que a vida lhes oferece a cada instante.
Vários governantes dissipam a confiança que lhes foi depositada, jogando fora a chance de testemunhar dignidade e honradez.
Pais que se demitem da missão que lhes foi conferida e deixam escoar a bendita oportunidade de elevar moralmente a prole que Deus lhes confiou.
Filhos pródigos somos quase todos nós. Deixando passar as oportunidades de calar uma ofensa, evitar um ataque de ira, conter um comentário maldoso.
Temos sido avaros ou comedidos quando se trata de doar-nos, de oferecer algo de nós mesmos.
Somos econômicos quando alguém nos pede uns minutos de atenção, um favor qualquer, mas pródigos em passar as horas ocupando-nos com coisa nenhuma.
Economizamos bons modos, e distribuímos palavrões, críticas azedas, queixas sem fim.
Não economizamos palavras vazias, mas custa-nos falar bem de alguém ou de alguma coisa.
É importante que pensemos um pouco a respeito do uso que temos feito de tudo o que nos é concedido: tempo, saber, saúde, oportunidades.
E, de acordo com as Leis que regem a vida, tudo o que se esbanja fará falta, hoje ou mais tarde.
É bom verificar se não estamos sendo pródigos demais com as coisas ruins e economizando virtudes ou deixando de cultivá-las.
*   *   *
Os obstáculos que criamos na estrada evolutiva só retardam a nossa felicidade.
Enquanto nos detivermos nos caminhos estreitos dos enganos, não perceberemos a grande avenida iluminada que nos conduzirá ao Pai.
Essa avenida é a mensagem do Cristo, pois a afirmativa é Dele: Eu sou o caminho da verdadeira vida. Ninguém chegará ao Pai, senão por mim.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita com base no cap. 24
 do livro Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 28.06.2010.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Porque acredito na imortalidade

Há muitos séculos, Cícero escreveu: Há no espírito dos homens, não sei porque, um certo presságio de uma existência futura, o qual cria raízes profundas nos maiores gênios e nas almas mais sublimes.
Helen Keller, escritora, conferencista e conselheira da Fundação Americana dos Cegos, declarou: O fato de ser eu cega e surda para o mundo material ajudou-me a desenvolver a consciência do mundo invisível, espiritual.
Conheço os meus amigos não pela sua aparência física, mas pelo seu Espírito.
Graças a isso, a morte não me separa daqueles que amo. Em qualquer momento posso trazê-los para perto de mim, a fim de alegrarem a minha solidão. Portanto, para mim não há morte no sentido de cessação da vida.
Os que enxergam costumam confiar exclusivamente no que veem. Quando um ente querido morre e deixa de ser visto, perdem o contato com ele.
Têm embotado o sentido do invisível, ao passo que o sentido interior me proporciona a visão do invisível.
Quando vagueio pela escuridão, deparando com dificuldades, tenho consciência de vozes animadoras que murmuram no mundo do Espírito.
Emparedada no silêncio e nas trevas, possuo a luz que me dará uma visão mil vezes mais clara quando a morte me libertar.
O teólogo e filósofo inglês, Hames Matineau disse, quando comemorava seus 80 anos: Como foi reduzida a parte do trabalho de minha vida que consegui executar!
Nada é tão claro como isto: a vida na Terra, ainda a mais plenamente vivida, é apenas um fragmento. Assim, a vida intelectual e espiritual do homem na Terra não é um círculo perfeito e completo, mas uma parábola que cada vez mais se estende para o infinito.
Esta Terra não nos dá a beber até o fim da taça da vida. Permite-nos apenas um gole de amor, beleza, caráter e verdade.
Se a morte é o fim de tudo, a taça é, por assim dizer, ironicamente afastada de nós. Um Deus digno de confiança não procederia assim.
Hornell Hart, professor jubilado de Sociologia da Universidade de Duke, assim se expressou nos anos 60: A minha crença pessoal na imortalidade tem sido imensuravelmente fortalecida pela pesquisa física. Essa pesquisa, há mais de 75 anos, esclareceu uma questão que me afligiu por largo espaço de tempo: "O eu, o Espírito, a alma sobrevive à morte?
Mais de 3 milhões de experiências, como as feitas na Universidade Duke, pelo Dr. Joseph Banks Rhine, e em outros lugares, demonstraram que o Espírito humano pode funcionar independentemente de espaço e tempo, como nós os entendemos.
O fato de poder a nossa consciência observar e operar separadamente do cérebro e do organismo material reforça a minha crença em que a alma transcende o corpo.
Esses depoimentos demonstram que a imortalidade e individualidade da alma, bem como sua consequente evolução infinita, é uma necessidade lógica para todos aqueles que acreditam num Deus sábio e justo. 
*   *   *
O Dr. Charles Richet, prêmio Nobel de Fisiologia em 1913 e criador da Metapsíquica, pesquisou, por longo tempo, os fenômenos de aparições tangíveis de pessoas ditas mortas.
Ele pôde observar e conversar com esses Espíritos, materializados, obtendo deles informações valiosas acerca da vida após a morte.
Suas principais obras nessa matéria foram: Tratado de Metapsíquica, O futuro da premonição e A grande esperança.
Redação do Momento Espírita, com base em matéria da
 revista Seleções  Reader’s Digest, de maio de 1960.
Em 07.10.2009.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A verdade de cada um

É natural que os pais se sintam orgulhosos com as conquistas dos seus filhos. Afinal, depois de os ver nascer, conquistar a liberdade dos primeiros passos, a segurança das expressões verbais, vê-los crescer e receber medalhas, é gratificante.
Com certeza, não há pais que fiquem insensíveis a uma apresentação teatral, uma dança, uma declamação do filho.
Em se tratando de receber prêmios, é bem difícil se saber quem vibra mais: os pais ou o filho que os abraça.
Em todo esse processo, no entanto, é importante, na qualidade de educadores, verificar até que ponto nossos filhos são merecedores dos prêmios e das medalhas que recebem.
Em certa livraria, contou uma vendedora que foi procurada por uma cliente, que desejava comprar determinada obra. Era um livro de poesias.
Depois de encontrado o livro, retirada a nota fiscal e efetuado o pagamento, enquanto a senhora observava a vendedora embrulhar com cuidado a obra, comentou:
Este livro é muito bom. Minha filha o usa para escrever as suas poesias. Ela muda uma palavra aqui, outra ali. Altera algumas frases e pronto. Ela até já recebeu vários prêmios na Academia de Artes de que participa.
Não menos grave é o caso daquela aluna, cuja professora apresentou para a classe uma poesia de sua autoria. A aluna pediu cópia e recebeu.
Passados alguns dias, a professora recebeu uma ligação da mãe da garota que lhe informava que ela levara a sua poesia para um concurso, assinando com seu próprio nome. E fora premiada.
A última frase da mãe, orgulhosa, foi:
A senhora não se importa, não é mesmo?
Quem deveria se importar e muito era ela mesma. Toda vitória alcançada nos degraus da mentira não é válida. Devemos aplaudir sim, o esforço dos filhos que se esmeram no estudo, embora não alcancem as notas mais elevadas que gostaríamos.
Alegrarmo-nos com as conquistas que são fruto do esforço pessoal. Se pactuarmos com a mentira, com a enganação, não estaremos dando aos nossos filhos a educação de que necessitam para se tornarem homens de verdadeiro valor.
Estaremos lhes dizendo que não importam os meios. O que importa é o aplauso dos homens e as honrarias do mundo.
Tenhamos maior atenção. De que vale a medalha de ouro, bronze ou prata que brilha no peito do nosso filho, se sabemos ser uma farsa?
Da mesma forma, de que valem as notas elevadas se são produto da cola, o que não deixa de ser um tremendo engano, pois poderá nosso filho desta forma conseguir o diploma, jamais o conhecimento.
Ensinemos nossos filhos a honrarem a verdade e a não se importarem com prêmios e conquistas à custa de farsa e mentiras.
Ensinemos a eles que o homem vale pelo que é, não pelo que aparenta.

Redação do Momento Espírita com base no artigo
À sombra do plágio, publicado no Jornal
 Nova Alvorada, de março/abril 1999.
Em 20.09.2010.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Velhos e moços

Por vezes ocorria, entre os Apóstolos do Senhor Jesus, algumas pequenas discussões a respeito do trabalho que teriam a realizar.
Numa dessas oportunidades, os mais jovens do grupo passaram a tecer considerações sobre como poderiam levar o Evangelho às nações, renovando o mundo.
Eram jovens, afirmavam, e, tão logo o Mestre lhes permitisse, deixariam a Galileia a fim de pregar as verdades do Reino de Deus por toda a Terra.
Sentiam-se fortes e dispostos. Respiravam com entusiasmo os ares da boa nova e se supunham habilitados a traduzir com fidelidade os novos ensinamentos.
Simão, o antigo pescador do lago, tudo ouvia e seu coração foi ficando turvo de tristeza. Ele não era tão jovem. Suas energias pareciam descer de uma grande montanha. O que poderia o seu esforço singelo perante a grande obra que se descortinava?
Jesus, percebendo-lhe os pensamentos, mergulhou Seu doce olhar nos olhos vivos do Apóstolo e servidor e lhe disse: Simão, por que te preocupas com a idade? Se fôssemos contar o tempo, no relógio das preocupações terrenas, quem de nós seria o mais velho?
A vida pode ser comparada a uma grande árvore. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constitui de suas flores perfumadas e formosas.
A velhice é o fruto da experiência e da sabedoria. Há ramagens que morrem aos primeiros beijos do sol, e flores que despetalam aos primeiros sopros da primavera.
O fruto, no entanto, é sempre uma bênção do Todo-Poderoso. A ramagem é uma esperança. A flor, uma promessa. O fruto é a realização. Só ele contém o mistério da vida, cuja fonte se perde no infinito da Divindade.
Não te magoe a conversa dos jovens. Quando te cerque o burburinho da juventude, ama os jovens que revelem trabalho e reflexão.
Entretanto, não deixes de sorrir também para os levianos. São crianças que pedem cuidado, como abelhas que ainda não sabem fazer o mel.
Perdoa os entusiasmos sem rumo como se esquecem as pequenas tolices dos meninos que brincam na infância. Esclarece-os, Simão, e nunca penses que outro homem possa realizar a tarefa que te compete no concerto da vida. Tarefa que te foi dada pelo nosso Divino Pai.
Um velho sem esperança em Deus é um irmão triste envolto em sombras. Mas eu venho trazer ao mundo as claridades de um dia perene.
Em verdade, Simão, ser moço ou velho, no mundo, não interessa!... Antes de tudo, é preciso ser de Deus!...
*   *   *
Se a juventude já não te felicita o corpo e as energias parecem estar a pouco e pouco diminuindo, recobra o bom ânimo e pensa:
Ninguém, no mundo, possui o que tens: a sabedoria, que é consequência de todos os reveses e problemas que enfrentaste e venceste. Ninguém tem a tua experiência.
Cada qual é único no Universo. As conquistas pessoais são intransferíveis.
Ninguém poderá fazer aquilo que te está destinado a produzir. Assim, não percas o ânimo e prossegue, sempre, atuando feliz, dando do que tens aos mais moços, esses rebentos novos que se ensaiam para a vida e necessitam do teu amparo e orientação.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 9,
 do livro Boa nova, pelo Espírito Humberto de Campos,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 27.07.2010.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Receita para ser feliz

Os seres humanos têm buscado, ao longo do tempo, uma fórmula mágica que lhes permita a posse da felicidade plena.
Todavia, seja por falta de uma receita eficaz ou de vontade firme para a conquista almejada, grande parte da Humanidade se debate, presa nas garras da infelicidade.
Várias tentativas têm sido improdutivas, já que a felicidade é efêmera e passageira. Logo se vai, deixando em seu lugar a presença desagradável da decepção.
Assim, interessado em ajudar as criaturas da Terra na sua busca, um Espírito Benfeitor ditou uma receita simples, descomplicada e eficaz para ser feliz.
A receita é a seguinte:
Cada manhã na face da Terra, é uma página em branco de que dispomos no livro da vida para fazer os melhores exercícios de elevação e bondade.
Não te esqueças de que cada pessoa a cruzar-te o passo na trilha das horas, é uma oportunidade de construção espiritual.
Seja qual seja o motivo para desafeto, cultiva compreensão e amizade, observando que todo favor que possas prestar a benefício de alguém é uma chave que fabricas para a solução de teus problemas futuros.
Por mais claras as razões que justifiquem esse ou aquele comentário infeliz, procura encaixar uma frase edificante no círculo das palavras rudes que estejam sendo pronunciadas.
Por muito que um companheiro te haja ofendido, não lhe negues tolerância.  Abençoa-o com as tuas preces e gestos de auxílio, na convicção de que estás, com isso, levantando dispositivos de proteção a ti mesmo.
Na atividade em que te encontras, faze mais do que o dever, porquanto o serviço extra, espontâneo e sem recompensa, em toda situação será sempre a tua mais alta pregação de virtude.
Repousa quando necessário, mas não transformes o descanso em ociosidade vazia.
Começa de casa a execução dos conselhos salutares que ofereces ao próximo, aprendendo que é impossível ajudar a Humanidade quando não saibamos entender e amparar algumas poucas pessoas, entre os limites da parentela.
Alia ação e oração, sustentando a felicidade dos outros, como queres que Deus concretize tua própria felicidade.
E quando o dia terminar, agradece ao Senhor a ventura de haver engastado mais uma pérola do tempo em teu colar de realização.
E, cerrando os olhos para o justo refazimento, guarda por teu maior prêmio a consciência tranquila, com a invariável disposição de viver, cada dia, reconhecendo que tudo na vida depende inteiramente de Deus, mas na certeza de que o trabalho, em tuas mãos, depende unicamente de ti.
*   *   *
Na estrada de purificação em que nos encontramos, o discípulo mais feliz é aquele que se sente defrontado pelas maiores oportunidades de servir à elevação dos outros, ainda mesmo com absoluto sacrifício de si próprio à maneira de lâmpada que se consome para iluminar.

Redação do Momento Espírita com base em mensagem do Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier e no verbete, Feliz, do livro Dicionário
 da alma, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 16.06.2009.

Não resistir ao mal

Em uma passagem do Evangelho, Jesus afirma que não se deve resistir ao mal.
O significado dessa assertiva certamente não é o de deixar que o mal cresça e se aprofunde, onde quer que se apresente.
Malgrado Sua bondade e Sua doçura, Jesus muitas vezes usou de energia para combater o mal.
Por exemplo, ao Se posicionar contra o comércio no recinto do templo.
Ou nas oportunidades em que lamentou a hipocrisia reinante em Sua época.
Ele também foi claro ao afirmar que se deve orar e vigiar.
Ou seja, cuidar para que o mal não penetre na própria vida, em especial por intermédio dos pensamentos e sentimentos.
Nesse contexto, parece coerente interpretar não resistir como não valorizar o mal.
Quando se valoriza algo, ele cresce em importância.
Quem vive assombrado por certo vício torna-se escravo dele.
A pessoa que se mortifica a cada palavra mal posta fragiliza a si própria.
Passa a se considerar indigna por cometer alguns equívocos, pela desmedida importância que lhes empresta.
Sem dúvida, é necessário vigiar para não cair em tentação.
Manter-se atento para não se perder em variados vícios.
Contudo, não é conveniente viver alarmado pela perspectiva do erro.
Se um pensamento surge na mente, a melhor forma de torná-lo importante é lutar contra ele, com desespero.
Isso implica reconhecê-lo como uma poderosa e real ameaça ao próprio bem-estar.
O mesmo vale em relação à vida em sociedade.
Se alguém comete um erro, prestar excessiva atenção nesse equívoco lhe dá um realce todo especial.
Em sua natural falibilidade, os homens se equivocam.
Entretanto, também acertam bastante.
Todos têm muitas virtudes que podem ser trabalhadas.
Mesmo os que inspiram antipatia têm o seu valor.
Caso se preste muita atenção em suas fissuras morais, deixa-se de perceber suas virtudes.
O que se valoriza, invariavelmente, cresce em importância.
Se você optar por identificar e apreciar o bem que há no próximo, terá mais facilidade para gostar dele.
Tal não significa ignorar defeitos, quando existam, e mesmo se prevenir contra seus efeitos.
Mas apenas não resistir a eles, no específico sentido de não colocar muita força emocional nesse processo.
Quem erra também acerta, eis um fato.
Se você tem maus pensamentos, também os tem bons.
Quando surgir em seu mundo íntimo algo desagradável, perceba a presença daquele pensamento ou sentimento.
Depois, com tranquilidade, deixe que ele se vá, como um visitante passageiro e indesejado.
Se você errar, reconheça a ocorrência, mas não se sinta perdido ou pervertido.
Assuma de forma serena as consequências do que fez e as repare.
E trate de seguir em frente, valorizando e vivendo o bem que há em você e no próximo.
Redação do Momento Espírita.
Em 02.10.2009.

Depois da morte

É bastante comum se ouvir comentários de que quem morre não volta. Em torno desta assertiva, muitos ousam afirmar que, portanto, ninguém tem certeza se há mesmo algo para além deste mundo.
Estão equivocados, contudo, os que assim pensam e se expressam. Os Espíritos retornam, sim, depois da morte física, para atestarem o seu amor aos que deixaram na Terra.
Ou para dizerem da sua dor, do seu arrependimento por algumas atitudes tomadas, enquanto estavam por aqui.
Você pode pensar que tudo isso é somente uma questão de crença.
Mas, não é verdade. Se você é cristão, deve recordar que o nosso Mestre e Senhor deu a maior prova de que se pode retornar após a morte.
Enquanto entre os homens, Ele, certo dia, subiu ao Monte Tabor e ali, ante os Apóstolos Pedro, Tiago e João, conversou com os Espíritos materializados de Moisés e Elias.
Ora, Elias era um profeta que morrera há muitos séculos. Moisés, da mesma forma.
Portanto, eram Espíritos que ali se manifestaram, conversando com Jesus.
Depois da morte na cruz, Jesus se apresenta para Maria Madalena, no Jardim de José de Arimateia.
Ela O reconhece como sendo o seu Senhor. E, sai, feliz, para a cidade, a fim de contar a novidade para os amigos do colégio apostólico.
No caminho de Emaús, dois discípulos encontram um estranho que segue com eles. Conversam a respeito dos últimos acontecimentos de Jerusalém.
A prisão do Mestre, o julgamento arbitrário na calada da noite, o suplício, a morte na cruz.
O estranho lhes fala e os elucida a respeito de coisas que não haviam entendido.
Quando chegam ao seu destino, convidam-no a ficar com eles. Afinal, desce a noite.
Durante a refeição, ao partir o pão, eles se dão conta que aquele é o Mestre que voltara do vale da morte.
No cenáculo, Jesus aparece aos Apóstolos reunidos. Identifica-se: Sou Eu, não temais!
Fica com eles. Conforta-lhes os corações.
Aparece e desaparece, muitas vezes, em lugares totalmente fechados.
Em outro momento, os aguarda na praia. Orienta-os no rumo da divulgação da Sua doutrina.
Depois de quarenta dias, aos olhos de uma quase multidão de quinhentas pessoas, Ele desaparece.
Mais tarde, apareceria presente outra vez, no caminho de Damasco, para o jovem de Tarso.
Não somente aparece. Mas indaga e orienta a Saulo acerca do que deve fazer.
E, ainda, apareceria ao velho Apóstolo Pedro, na Via Ápia, na manhã de luz, a caminho de Roma.
Aonde vais, Senhor? Indaga o velho Apóstolo.
Eu vou para Roma, Pedro, para tornar a ser crucificado. Vou para ficar com os meus, desde que tu os abandonas.
E Pedro, envergonhado, volta para o cárcere, entregando-se voluntariamente, a fim de morrer, pouco tempo depois com heroísmo.
Ora, se nosso Modelo e Guia tantos exemplos deu de que o Espírito vive e retorna após a morte física, que desejamos mais para crer?
*   *   *
A morte não é o fim. É a continuidade da vida em outra dimensão.
Você pode não crer e achar que está certo.
Ou você pode pensar a respeito e concluir que racionalmente assim deve ser.
Somente não negue aos amores que partiram a sua certeza de que eles continuam a amá-lo, além das fronteiras da vida física.
Pense nisso!

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 17, ed. Fep.
Em 03.11.2010.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Nehemias Marien: O Pastor que aceitou o Espiritismo

Fátima Farias


"Olha, nós todos somos médiuns. Queiramos ou não. É uma questão de reconhecer, constatar e disciplinadamente desenvolver. Agora, há muitos preconceitos. Nossa cabeça é assim muito cheia de preconceitos, conceitos não, mas preconceitos temos demais. Então, eu acho o seguinte: eu, a respeito da mediunidade até agora estou sentindo... (emociona-se e chora). Eu acho que o verdadeiro servo de Deus é um médium. Ele não fala de si. Vamos dizer, entre aspas, traduzindo sentimentos, é uma incorporação espiritual. Ele não é dono dele, é um veículo, um canal. O importante é a mensagem que transmite."—Nehemias Mariem

Nehemias Marien é um pastor sensível, que transmite muito carisma, e afirma ter uma mentalidade holística. Assume sua mediunidade, fala sobre as evidências da reencarnação, em várias passagens bíblicas, e abre espaço para pregação da doutrina espírita em sua igreja. É que, para ele, "o Espiritismo é o mais caudaloso afluente do Cristianismo", a Bíblia o mais antigo livro de psicografia e mediunidade, Cristo o médium perfeito, e diz que a mentalidade kadecista todos nós a temos.
Marien demonstra ainda um grande respeito por Chico Xavier, com quem já esteve duas vezes, e por Dom Héider Câmara.
Apesar de todos estes pontos de vista, com independência ideológica, ainda consegue o respeito de sua comunidade, onde é pastor da Igreja Presbiteriana Bethesda, em Copacabana, há 26 anos,
Nehemias, autor do livro Transcendência e Espiritualidade, é uma das grandes estrelas, com cadeira e público cativos, em todas as nove edições do Encontro para a Nova Consciência, realizado no período carnavalesco em Campina Grande, onde ele abriu um espaço na sua apertada agenda e nos recebeu, carinhosamente, para esta entrevista. Ele é conhecido nacionalmente inclusive já participou do programa Jota Silvestre, respondendo sobre as sagradas escrituras, das quais é um profundo conhecedor do assunto.

Pastor, qual é a sua Igreja e onde fica?

Minha igreja e uma betel, Vamos dizer, uma palavra hebraica, todo lugar, onde o ser humano está presente em Deus, o eterno, na imensurável transcendência. Eu tenho até constrangimento de dizer em que igreja, porque minha igreja é você, estarmos, juntos, a eclésia no pensamento de Jesus, lá na Cesaréia, quando pela primeira vez disse "eu vou edificar a Igreja". É isso ai, é a vida, é o trabalho, é família, caminhada, Quando as pessoas estão juntas, mesmo que não pensem da mesma maneira é uma igreja, é uma comunidade holística. Agora, sou de formação Calvinista, sou pastor presbiteriano, lá em Copacabana, já há 43 anos, sem sair da igreja. Meus pais eram missionários lá em Mato Grosso, onde eu nasci, morei na Inglaterra, um período na França e estou no Rio de Janeiro há 26 anos, pastoreado a Igreja Presbiteriana Bethesda.

É verdade que o senhor acredita em reencarnação?

Olha só, muito grato pela pergunta. Até o ano de 546, no Concílio de Calcedônia, o Espiritismo fazia parte dos cânones da Igreja. Depois, por discussões mais administrativas e menos teológica, foi banido do cânone oficial e hoje a doutrina espírita, para a maioria dos pressupostos evangélicos, porque assim, numa confusão chamar de evangélicos só os crentes entre aspas, né? Evangélico é quem anuncia a Boa Nova. Então, eu sou professor de Teologia Bíblica e de Ciências Bíblicas. É meu livro de cabeceira. No estudo da Bíblia, as evidências da reencarnação são assim clauburosas e eu acho que o Espiritismo é a mais caudalosa vertente do Cristianismo, pelas idéias. Você encontra, tanto no Antigo como no Novo Testamento, evidências claras da reencarnação, isto é, do prosseguir da vida. Tanto Pedro, o pressuposto grande apóstolo Pedro, fala na sua segunda encíclica, no final da Bíblia, fala sobre a existência do espírito após a morte e nesta evolução do ser humano. E também São Judas, o apóstolo de Cristo, na sua epístola final, também fala sobre o mesmo tema. Então, sou uma pessoa estudiosa, aberta. Eu não tenho muros de espécie alguma. Eu tenho uma visão holística e aprendo muito com meus amados irmãos espíritas. Eu tenho um livro Transcendência e Espiritualidade, onde abordo mais diretamente o assunto. Estou crescendo assim, nesta área e num certo diálogo. Tem algumas coisas que eu não entendo, pelos meus limites bíblicos e culturais, como também não entendo o próprio Cristo. Como vou compreender plenamente Allan Kardec?

O senhor já manifestou este ponto de vista reencarnacionista na sua igreja?

Ah, sim, sim. A minha comunidade é uma igreja grande. Somos cerca de 350 congregados, tem cinco pastores, é um colegiado pastoral, além do livro. O livro é público, editado aí. Eu tenho participado de revistas. Por exemplo, no começo do ano a Revista Espírita Allan Kardec publicou uma síntese do pensamento meu, a respeito. A igreja ouve-me, aceita. Eu sou o pastor titular. Somos cinco pastores, mas estou ali, orientando a igreja, neste sentido. Eu não tenho nada de secreto na minha vida pastoral.

Qual a receptividade do público de sua igreja, em relação ao seu conceito reencarnacionista?

Bem, a igreja, ela me aceita plenamente, mas eu tenho a impressão que não só sobre o meu aspecto filosófico, teológico, doutrinário sobre o Espiritismo, mas em outros também. Porque eu, pessoalmente, Nehemias Marien, sou uma espécie de espinho de peixe na garganta da minha própria igreja, mas aceitam e vão atrás. Como diz o Mestre: "o pastor vai à frente do rebanho e o rebanho o segue, porque conhece a voz do seu pastor". Não segue em frente, mas segue a mim, mesmo que me engulam, vamos dizer assim goela abaixo, por não entenderem bem minhas nuances teológicas e espirituais, eles me aceitam. A gente vive num amor perfeito. Lá na minha igreja pregou Libório Siqueira, que é desembargador, um grande espírita. O Gérson Azevedo, que é ex-presidente da Federação Espírita do Rio de Janeiro. Vários espíritas pregando na Igreja. Não vão lá visitar não. É subindo ao púlpito. É um púlpito bonito, mais alto. Usam até toga e se não quiser fardamento, ficam como estão, elegantemente vestidos e pregam lá. Então é uma igreja aberta.

Já que o senhor acredita na reencarnação, o que o faz continuar professando a teoria presbiteriana?

Olha, eu estou presbiteriano. Eu até não gosto muito desta palavra presbiteriano porque Calvino, João Calvino, que é o estruturador do pensamento teológico protestante, ele bebia muito lá na Idade Média. Mandou crucificar na maneira de falar, mandou queimar vivo Serventus, um médico, porque discordava dele. Criou uma doutrina chamada doutrina da predestinação. Eu bato de frente contra isso. Agora eu estou lá, porque, acho que estamos num "pool" de idéias e a minha cabeça é holística. Assim, vamos dizer, Nehemias Marien, teológica e pastoralmente é um caleidoscópio. A beleza do caleidoscópio é exatamente ter vidros quebradinhos, bonitos e funcionais, com figuras geométricas de grande dimensão espiritual.

O senhor já estudou a doutrina espírita?

Eu tenho o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo e vários livros de Allan Kardec.

E qual a sua opinião sobre a doutrina espírita?

Eu acho que o Espiritismo é o mais caudaloso afluente do Cristianismo. Considero a bíblia como o mais antigo livro de psicografia e mediunidade. Eu acho que Jesus era o médium perfeito e que a mentalidade kardecista todos nós a temos.

Sobre a mediunidade, pastor, o que o senhor diz?

Olha, nós todos somos médiuns. Queiramos ou não. É uma questão de reconhecer, constatar e disciplinadamente desenvolver. Agora, há muitos preconceitos. Nossa cabeça é assim muito cheia de preconceitos, conceitos não, mas preconceitos temos demais. Então, eu acho o seguinte: eu, a respeito da mediunidade até agora estou sentindo... (emociona-se e chora). Eu acho que o verdadeiro servo de Deus é um médium. Ele não fala de si. Vamos dizer, entre aspas, traduzindo sentimentos, é uma incorporação espiritual. Ele não é dono dele, é um veículo, um canal. O importante é a mensagem que transmite.

E quanto à comunicabilidade com os espíritos, o que o senhor diz?

É isso que eu estava tentando passar. Eu tenho, até não entendo bem este espírito meu, mas eu tenho a impressão que é uma índia, minha Biquara, mãe de minha mãe, minha avó Joana. Eu sinto assim, uma certa colocação, uma certa energia dela para mim. Todas as vezes que eu abro o texto sagrado, para as homílias, as pregações, os sermões, sinto que estou fora de mim. Eu admito esta transcendência da espiritualidade, esta invasão do céu no coração humano, através da mediunidade.

Como o senhor encara os sucessivos ataques de pastores ao Espiritismo?

Bom, como eu diria, nossos amados irmãos são aliados. Estamos todos no mesmo barco, mas eles fazem parte da artilharia. O artilheiro é o soldado, que vem lá atrás. A infantaria somos nós, a doutrina espírita, aqueles que vão lá para frente. A artilharia, ao abrir espaço à frente, solta as bombas, mas são muito ruins de cálculos matemáticos, erram os cálculos e acabam dizimando os próprios aliados. É o que acontece, criticando o Espiritismo, que está na mesma dimensão espiritual. Eu os chamo, vamos dizer assim, de bonsais espirituais, aquela plantinha que não cresce. Lá em Tóquio vi todo um horto só de bonsai, bonitos, mas não se desenvolveram espiritualmente. Estes que atacam nossos irmãos espíritas e outras tradições, com as quais não concordam, e uma espécie de pitimbus. Eu acho que os ventos contrários firmam raízes de árvore e o avião sobe mais alto. Acho que é como burilando um diamante, que vira brilhante.

Na sua opinião, qual seria o caminho mais eficiente para a Humanidade seguir em direção ao Ecumenismo?

Eu penso mimo Melânquico, o grande reformador do século XVI. Ele tem uma fórmula e diz assim: "Unidade absoluta, naquilo que é essencial, o amor, por exemplo. Liberdade absoluta em tudo que é duvidoso e caridade em todas as coisas". Acho que este é o caminho do ecumenismo.

O que o senhor acha de Chico Xavier?

Chioco Xavier e um nome-legenda da Espiritualidade, nacional e mundial. Eu tive o privilégio de estar com ele, duas vezes. Fui fazer uma sede de conferências do Rio à Brasília. Viajei de carro e propus ao meu amigo levar-me em Uberaba. Oramos juntos. Olha, Chico Xavier e Dom Hélder Câmara são pessoas que me fizeram muito bem pela prece ao meu favor. Rogo a Deus que este ícone da Espiritualidade, que o Mundo todo respeita, tenha assim muitos, muitos e muitos privilégios desta bênção inaudita de transbordar a espiritualidade como ela vem fazendo pelo santo Chico Xavier.

Espaço aberto para sua mensagem final.

Rogo a Deus que haja uma nova consciência no ser humano e que é difícil abrir ao espírito. Ele, como vento, sopra onde quer, já que aqui a vida é grande Pentecostes. Que Deus abençoe os irmãos e irmãs, grandes e pequenos, que participam desta festa eucarística do Programa Nova Consciência.

Fonte: Portal do Espírito

O Pastor Nehemias Mariem desencarnou em 20/01/2007, com a convicção de que exercitou exemplos de Jesus em sua plenitude. Concordo com ele! Vicente Galceron

A Obsessão

O que é Obsessão?
A Obsessão é o domínio que alguns Espíritos adquirem sobre outros, quer encarnados ou desencarnados, provocando-lhes desequilíbrios psíquicos, emocionais e físicos É uma espécie de constrangimento moral de um indivíduo sobre outro. Pode ser de encarnado para encarnado, encarnado para desencarnado, desencarnado para encarnado e desencarnado para desencarnado. Essa influência negativa e irracional traz para as pessoas problemas diversos, o que as tornam enfermas da alma, necessitando de cuidados, como toda doença. Normalmente se faz tratamento das obsessões em centros espíritas kardecistas sérios.
Se a Obsessão é uma doença da alma, quais são seus sintomas?
A obsessão apresenta sintomas tais como: angústia, depressão, perturbação do sono (insônia ou pesadelos), mau humor, desinteresse pelo estudo ou pelo trabalho, isolamento social, pensamentos suicidas, desregramento sexual etc. Não se segue daí, que se conclua que todos os portadores desses sintomas estejam obsediados. Há diversas outras causas, conhecidas da ciência médica, que podem provocar sintomatologia semelhante.
E como se pode tratar essa doença espiritual?
A obsessão, sendo uma doença da alma, deverá ser curada definitivamente com a melhoria do indivíduo no campo moral e intelectual. O Espiritismo (doutrina de Allan Kardec) oferece tratamento seguro para essas doenças, pois trata o problema abordando os dois lados da vida. Se for um Espírito desencarnado, ele será chamado por meio de evocações particulares, nas reuniões sérias de intercâmbio espiritual, para uma conversa e conscientização do mal que está praticando. Do lado do encarnado, se cuidará de tratar com a evangelização (moralização) e pela fluidoterapia (aplicação de passes), levando-o ao entendimento do que precisa fazer para libertar-se do mal.
Como o Espírito recém-desencarnado recebe um novo envolvimento amoroso de sua esposa, ainda encarnada no mundo material? Ele não o aceita? Poderá interferir nessa relação? Há um tempo de espera, para que o cônjuge encarnado possa ter novo relacionamento sem magoar quem já desencarnou?
Quando o Espírito se desprende da carne, ele entra em uma outra dimensão de vida que é a vida espiritual. Lá, terá um nova percepção das coisas, tendo um raciocínio mais livre, mais pleno, pois não está mais confinado aos limites da matéria. Compreende que viverá outros aprendizados e que os afetos deixados na vida terrena igualmente terão também experiências necessárias ao progresso individual e coletivo. Entretanto, se ele for um Espírito pouco adiantado, permanecerá preso ao seu mundo mental, vivenciando as situações que vivia quando em vida, principalmente se cultivou paixões e sentimentos de posse exacerbados.
Poderá com isso sofrer, se seus entes queridos agem com desinteresse afetivo por ele, se entram em disputa por heranças ou mesmo se seus "amores" interessam-se por outras pessoas. Poderá interferir na vida das pessoas, muitas vezes originando processos obsessivos.
Neste caso, deve-se procurar ajuda espiritual numa casa espírita kardecista, para que o problema seja devidamente equacionado. Claro, essas situações de perturbações são de exceção. Normalmente o que se observa é a compreensão por parte de quem partiu. Não há um tempo específico que seja adequado para que se tenha novo envolvimento amoroso. Vai depender da situação de cada criatura. Nas relações verdadeiras, sinceras e duradouras, geralmente quando um parte o outro permanece um bom tempo sem que encontre substituição em seu coração, quando não opta por permanecer sozinho. Entretanto, nas relações difíceis, que são maioria esmagadora no planeta, a perda não se constitui em problema. Todas essas coisas são regidas pelos sentimentos. O tempo, neste caso, é o que menos importa.
Gostaria de saber como se identifica uma obsessão de encarnado para desencarnado. E como se livrar disso?
Sabe-se que a obsessão é uma espécie de constrangimento de um Espírito sobre outro e que isso se dá através da lei das afinidades espirituais (vide pergunta 42). Portanto, as influências ruins podem partir dos encarnados para os desencarnados também. Geralmente isso acontece nas situações onde entre os dois indivíduos existe uma relação em desequilíbrio, tanto de "amor" quanto de "ódio". Pode parecer estranho que se afirme que relações de amor possam gerar processos obsessivos, mas o amor desmedido e possessivo entre duas pessoas (mesmo que seja entre mãe e filho), geram desequilíbrios os mais diversos. Se um deles desencarna é claro que o sentimento permanece o mesmo, a menos que um deles venha a se libertar dele através do esclarecimento. Da mesma forma nos casos de pessoas que desencarnam deixando heranças em que os herdeiros ficam insatisfeitos e não tinham boa relação de afeto com o desencarnado, gerando condições fluídicas mórbidas que envolvem os dois planos. A única forma de se livrar desses problemas é buscando o esclarecimento, procurando uma casa espírita que tenha experiência nesse tipo de atendimento. O tratamento espiritual, esclarecendo os envolvidos no processo, aliado à mudança de postura do indivíduo é a chave para os problemas espirituais de toda ordem.
A depressão pode estar relacionada com obsessão? Como?
Os processos obsessivos moderados e graves levam quase sempre a um estado mórbido mental, que favorece enormemente os estados depressivos, com toda a sintomatologia que esta doença produz. Entretanto, nem todos os quadros depressivos podem ser atribuídos às influências espirituais. Existem mecanismos orgânicos, decorrentes de falhas em sínteses hormonais que explicam cientificamente a depressão. Evidentemente que mesmo nesses casos, pode haver influenciação espiritual por conta da atitude mental da criatura, embora não seja esse o agente causador do processo.
Há a possibilidade de ocorrer uma auto-obsessão, ou seja, de uma pessoa encarnada ser obsediada por ela mesma?
Sim, há essa possibilidade e não é rara. São pessoas que se encontram numa condição mental doentia, atormentando-se a si mesmo. Vivem em um mundo de desarmonia interior e buscam culpar tudo o que há em sua volta, gerando cada vez mais sofrimentos para si mesma e para quem com ela convive. As causas geralmente residem nos problemas anímicos do indivíduo, ou seja, nos seus próprios dramas pessoais. São traumas, remorsos, culpas e situações provindas do seu mundo íntimo e que prejudicam sua normalidade psicológica. Certamente, por conta de sua atitude mental, entram em sintonia com ambiente espiritual de igual teor, o que agrava o quadro, embora não seja esta a causa determinante da enfermidade. Além da evangelização espírita, costumam-se beneficiar-se enormemente com as psicoterapias, no que devem ser estimulados.
Uma convulsão poderá ser sintoma de uma obsessão?
Geralmente as convulsões não são sintomas de obsessão (embora ela possa aparecer associada à enfermidade). As convulsões propriamente ditas são ocasionadas por falhas na estrutura orgânica do homem e necessita de tratamento médico especializado. As alterações do sensório ocasionadas por influências espirituais, não configuram convulsões com o cortejo clínico estudado pela ciência médica terrena. Portanto, há que se ter cautela ao lidar com pessoas que tem crises convulsivas e que querem tratar-se nas casas espíritas. Elas podem ser portadoras de enfermidade epiléptica e necessitam de avaliação médica. Crises de subjugação possuem algumas características das crises epilépticas, mas são bem diferentes. Na epilepsia quase sempre o paciente perde a consciência e desfalece, com movimentos motores involuntátios. Na crise de subjugação, não! Observa-se brusca mudança de comportamento e o perturbado pode cair ao chão, porém, não desfalece e comporta-se como se fosse uma outra pessoa.
Como devemos proceder junto a uma pessoa que está sob o império da fascinação?
Casos de fascinação são muito comuns entre encarnados, e mesmo dentro das casas espíritas que endeusam seus médiuns ou dirigentes. Antes de concluirmos se uma pessoa está sendo vítima da terrível fascinação, é preciso pesar na balança do bom senso. Levemos o problema ao exame de sociedades idôneas, que não estejam sob o domínio das nossas idéias, para opinarem. Se tivermos certeza da obsessão, devemos procurar orientar aquele que padece. Havendo abertura, temos que ir esclarecendo o enfermo aos poucos, fazendo-o ver a presença da má influência. O que acontece na maioria das vezes, é a existência. O espírita é orgulhoso e, geralmente, não aceita que esteja mal assistido. Nestes casos, o melhor é deixá-lo nas mãos da influência em que se compraz. Só aprenderá com a dor.

Umbanda não é Espiritismo


Benedito da Gama Monteiro


Origem, conteúdo doutrinário e prática ritual, estabelecem as diferenças fundamentais entre o Espiritismo e Umbanda. Apesar da clareza dessas distinções, isso não deve ser razão impossibilitante para que entre Espíritas e Umbandistas haja respeito mútuo, espírito de compreensão e sensatez, embora essa tolerância não deva resultar em conivência ou omissão.

Deolindo Amorim, em seu livro "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas" (1), conclui, afirmando: "O Espiritismo é uma doutrina que se basta a si mesma, sem empréstimos nem acréscimos artificiais.".

A luz dessa precisa orientação, observamos que nem mesmo nos arraiais espíritas essa diferença é feita, especialmente pôr aqueles que não se dão ao trabalho de estudar a Doutrina, sem falar em parte da imprensa leiga que, de propósito ou não, anuncia tudo o que ocorre nas tendas e terreiros, como sendo Espiritismo, disso se beneficiando os opositores sistemáticos da Doutrina Espírita que esperam levar vantagem com a confusão estabelecida.

Fala-se em "baixo Espiritismo" e "alto Espiritismo"; em "Espiritismo de mesa" e "Espiritismo de terceiro", etc., como se houvesse mais de um Espiritismo!

Quanto a origem, sabemos que Espiritismo, doutrina codificada pôr Allan Kardec, recebida de vários Espíritos Superiores no século passado, caracteriza-se pôr um conjunto de princípios de ordem científica, filosófica e religiosa, que objetiva o progresso espiritual do homem, com a implantação da fraternidade entre todas as criaturas na Terra.(2)

A Umbanda se deriva, fundamentalmente, do culto religioso da raça negra da velha África. Os seus princípios doutrinários são realmente frutos do "folclore", dos provérbios, aforismos, das lendas, crenças populares, canções e tradições do negro africano.

Com referência ao conteúdo doutrinário, sabemos que o Espiritismo se assenta em postulados científicos, filosóficos e éticos, o que não se dá na Umbanda, que não tem doutrina codificada, embora seus adeptos aceitem a imortalidade da alma, a reencarnação e a lei de ação e reação (carma), como fazem os espíritas (2).

Quanto a prática ritual, a umbanda difere, essencialmente, do Espiritismo, porque aquela atua no plano da natureza e este no do pensamento, pois que só o Espírito conta, realmente. Aliás o Espiritismo não tem ritual de nenhuma espécie, pois não admite corpo sacerdotal hierarquizado ou não, cerimônias (batizados, casamentos e quaisquer outras); não se utiliza de fórmulas, invocações, ou promessas de qualquer natureza; repele a adoração de imagens, símbolos, amuletos; rejeita crendices e superstições e não admite pagamento pela prestação de assistência espiritual ou de qualquer auxílio, que conceda aos necessitados. (2)

As tentativas para fundamentar a introdução de rituais, incensos, imagens e outros objetos de culto material no meio espírita invocam, sempre, um pressuposto espiritualista, como generalidade, ou fazem apelo à tolerância. Não há, entretanto, razão alguma para tais pretextos, uma vez que o Espiritismo, pelas suas disposições doutrinárias, dispensa completamente qualquer forma de ritual ou peças litúrgicas. (1)

Assim sendo, onde houver qualquer manifestação de culto exterior, não existirá a verdadeira prática espírita.

Apesar do louvável entusiasmo de alguns espíritas para a comunhão de seitas religiosas no seio da doutrina, a mistura heterogênea sempre sacrifica a pureza íntima da essência! A qualidade de substância espírita reduzir-se-ia pela quantidade da mistura de outros ingredientes religiosos, mas adversos!

O Espiritismo, não é doutrina separativista, nem ecletismo religioso à superfície do Espirito imortal! É, principalmente, um movimento de solidariedade fraterna entre todos os homens! Pode ser ecletismo espiritual unindo em espírito todos os credos e religiões, porque, também firma suas doutrinas e postulados na realidade imortal. Mas seria insensato a mistura heterogênea de práticas, dogmas, princípios e composturas devocionais diferentes, entre si, para construir outro movimento espiritualista excêntrico.

A missão da Doutrina Espírita, enfim, é libertar o homem e não prendê-lo ainda mais às fórmulas e superstições do mundo carnal transitório.
Finalizamos, fazendo nossas, as observações sensatas do Espírito Emmanuel, através do médium Francisco Cândido Xavier, na mensagem "Doutrina Espírita", extraída do livro "Religião dos Espíritos", concitando os Espíritas a zelarem pela doutrina que professam:

"... Porque a Doutrina Espírita é em si a liberdade e o entendimento, há quem julgue seja ela obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os exotismos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula.

Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.

"Espírita" deve ser o teu caráter, ainda mesmo te sintas em reajuste, depois da queda.
"Espírita" deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiências.
"Espírita" deve ser o nome de teu nome, ainda mesmo respires em aflitivos combates contigo mesmo.
"Espírita" deve ser o claro adjetivo de tua instituição, ainda mesmo que, pôr isso, te faltem as passageiras subvenções e honrarias terrestres.

Doutrina Espírita quer dizer Doutrina do Cristo.

E a Doutrina do Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos.

Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, porque dia virá que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas. (3)
 
Bibliografia:

Amorim, Deolindo - "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas";
Barbosa, Pedro Franco - "Espiritismo Básico";
Xavier, Francisco Cândido - "Religião dos Espíritos", mens. "Doutrina Espírita", pág. 229, 4a edição FEB - Rio de Janeiro - RJ.

Artigo publicado em Manaus, no jornal A Crítica de 09.10.1989, no jornal A Crítica de 26.08.1995, no Rio de Janeiro em OReformador (FEB) de Abril de 1996, no Acre, no Jornal Acre Espírita de Junho de 1996









A pílula do dia seguinte e Espiritismo

Irmãos, paz!

Vivemos num caos moral crescente que muito lembra os dias da Antigüidade. Hoje, a gravidez em adolescentes é cada vez mais freqüente e muitas mães aos 40 anos, se tornam ao mesmo tempo avós e mães de seus netos.

A facilidade do sexo livre e o intenso apelo da mídia escrita, falada, vista e ouvida aos jovens desta geração de descompromissados tornam este quadro numa realidade que é um problema social de proporções perigosas.

Ainda que vivamos num país que proíbe, oficialmente, o aborto, o número de realizações do mesmo ultrapassam aos 3 milhões anuais, principalmente no Nordeste do país.
Quantos assassinatos silenciosos comete o homem!

Caminhamos, tenham certeza, porque assim o crê este pseudo-médico que é o atual ministro da saúde do pseudo-governo federal, para a legalização deste ato condenável e covarde.
Sinais do tempo apocalíptico.

Assim, surge a pílula do dia seguinte, a ser retirada, mediante receituário médico, nos postos de saúde e postos do "Dose certa" (nas estações de trem e metrô) que não têm medicamentos para doenças crônicas, como hipertensão, arritmia cardíaca, diabetes, nem recursos básicos de saúde.

Mas o que é a tal pílula?
Também conhecida como pílula contraceptiva oral combinada, esta droga consiste numa formulação de estrógenos e progestógenos ou somente estes em altas doses. Cerca de 50 vezes maior do que a dose presente nas pílulas anticoncepcionais usuais. Hormônios demais.

Sua função é alterar o muco do colo uterino para dificultar a subida dos espermatozóides o que convenhamos, já ocorreu.

Mas ela tem outras duas funções mais definitivas no abortamento: acelera a movimentação das trompas, fazendo com que o óvulo ou ovo (óvulo já fecundado), chegue ao útero imaturo, sem condições de se implantar. Ainda, altera o próprio endométrio (camada interna do útero, onde se implanta o ovo e que descama no ciclo menstrual).

Aqui esta a maior discussão sobre esta pílula: é abortiva ou não?

Duas correntes destacam-se na discussão: a primeira defende que não é abortiva pois o espermatozóide leva, em média, até 72 horas para chegar ao óvulo que esta na trompa. Assim, se tomada dentro de 72 horas, impede a fecundação, teoricamente.

A segunda defende que é abortiva pois impede a nidação ou implantação do ovo e isto é real.
O nome "dia seguinte" gera uma sensação que deve ser tomada no dia seguinte da relação mas isso não é verdade, uma vez que pode ser tomada até o 5º dia e deve ser repetida no dia seguinte da primeira dose, garantindo o efeito contraceptivo.

A alta dose hormonal é profundamente prejudicial à saúde da mulher, da adolescente ainda mais.

Sintomas como enjôos, dor nas pernas (pela dilatação das veias), desenvolvimento de celulite, irregularidade menstrual, hipertensão arterial, dores nas mamas, aumento da coagulação (predispondo à enfartes, tromboses e derrames) são citados nos efeitos colaterais.

Como a pílula do dia seguinte, usada há mais de 20 anos nos países do primeiro mundo, acaba sendo usada rotineiramente, os riscos aumentam em progressão assustadora.

Principalmente se considerarmos que são as adolescentes as principais usuárias.
Vocês já viram um útero engravidando? Existe uma aura dourada que envolve à região pélvica da mãe, misturando-se ao seu campo aurico que se ilumina. É quase perceptível o momento em que o reencarnante se instala no ovo, com a ajuda de irmãos maiores.

Vocês já viram um útero que sofreu um aborto provocado? Existe uma aura enegrecida em toda região pélvica da mãe, misturando-se, em alongamentos como galhos secos, pelo campo aúrico da mesma, que se torna opaco e denso. É mais que perceptível o grito de agonia do desencarnante, que recebe a ajuda de irmãos maiores. É tão intensa a dor que o coração da gente salta no peito, como se quisesse abraçar ao irmão cujo direito de nascer foi roubado.

Que direito temos sobre a vida e outrem, ainda que esta vida esteja em desenvolvimento dentro de nosso corpo.

Uma vez que a pílula do dia seguinte é recomendada para relações sexuais perigosas, para casos de falha nos métodos contraceptivos usados habitualmente, para relações indesejadas, não haveria outra forma de evitar a gravidez que não fosse pelo risco (real), de se cometer um aborto?

Pensemos nisto para evitarmos gerar mais dor neste planeta tão belo que, por hora, habitamos.

MÔNICA DE MEDEIROS, médica cirurgiã formada pela Unicamp e com mestrado na University of Illinois at Chicago. Fundadora e presidente da Casa do Consolador, centro universalista de fundamento cristão e base espírita. A Casa do Consolador responde pela ONG Árvore da Vida que socorre animais em sofrimento e apóia protetoresdos mesmos.